A renda dos brechós é revertida para a manutenção do projeto e nas demais ações da ONG, que há quatro anos está misturando mundos ajudando a melhorar a vida das pessoas
A moda sustentável, barata e consciente tem se tornado um dos diferenciais dentro da Misturaí. Os brechós com a proposta de vender roupas usadas, calçados e acessórios com preços acessíveis, peças únicas e de boa qualidade reforçam o conceito de custo-benefício dentro da ONG: além do ganho positivo ao consumidor, a verba é destinada aos projetos sociais. E Brechó Misturaí está ganhando espaço nas feiras da Capital.
A Misturaí sempre contou com um espaço na sua sede destinado a doações de roupas, onde a comunidade podia escolher o que levar. No entanto, parte dessas peças começou a permanecer sem interessados. Katiuscia Freitas Nunes, coordenadora do brechó da ONG, conta que a ideia surgiu a partir de uma voluntária, que ao observar a qualidade das peças que ficavam, sugeriu: “por que não fazemos um brechó para o pessoal da comunidade?”.
O começo – As atividades do brechó começaram dentro de sua sede, na Vila Planetário, mas desde novembro de 2021, se expandiram para importantes feiras de rua de Porto Alegre, como o Brick dos Desapegos, a feira da Casa de Fado Maria Lisboa e a feira do Med Gastro Giordano Mediterrâneo. Para Katiuscia, a participação da Misturaí nas feiras é uma oportunidade para expandir o contato com as pessoas ao redor da cidade e fazer com que conheçam parte das ações desenvolvidas pela ONG. “Nas feiras, hoje em dia, as pessoas já me conhecem e já confiam no meu trabalho”, afirma a coordenadora.
Transparência – Mas além das conexões, os brechós têm sido uma importante fonte de renda para a Misturaí. Com casacos vendidos na média de R$40, blusões e calças a R$30, camisas a R$25, a venda das peças usadas tem permitido que ações continuem em andamento. “Nas primeiras semanas de brechó, conseguimos R$2 mil que foram gastos em cobertores para doações”, relembra. Também, a verba arrecadada vai para a compra dos alimentos das refeições distribuídas pelo projeto Amparaí às populações vulneráveis, que já distribuiu mais de 190 mil quintinhas durante a pandemia.
O brechó nas feiras, por sua vez, acaba tornando-se uma vitrine para as produções realizadas pelas costureiras participantes do projeto Costuraí, ação voltada para geração de renda e empreendedorismo social. As costureiras confeccionam necessaires e as colocam à venda, reformam roupas rasgadas, customizam e dão uma cara nova à peça. “Tu estás comprando essa peça, mas está ajudando muitas pessoas. Todos torcem pelo brechó, porque sabem que traz retorno para eles”, relata Katiuscia sobre a percepção das pessoas ajudadas pela Misturaí.
Doações – Para manter o brechó em funcionamento, a Misturaí está sempre em busca de doações. Atualmente precisa roupas de outono/inverno, mas calçados e acessórios são sempre bem-vindos. As doações podem ser entregues na sede da Misturaí, localizada na Rua Luiz Manoel, 229, de segunda a sábado, das 9h às 18h. É possível também agendar com o Desapegaí para buscar em casa, através do número 51 996764664.
Texto: Carolina Dill – graduanda de Jornalismo, Fabico. Voluntária da Comunicação Misturaí
Edição: Cátia Chagas – Comunicação Misturaí
Imagens: Divulgação/Brechó